9.5.05

Chiu, eles ouvem-nos

Respiremos em silêncio. Os morcegos não ouvirão por certo.
À frente está uma televisão com Simão a fintar um, dois, três, a centrar... Nuno Gomes de cabeça e Golo! Os adversários estendem-se no relvado e choram copiosamente; aquele golo de ouro acabara com as suas esperanças de entrar para a História.
Os adeptos vencedores que tomaram aquele partido sabe-se lá porquê, ou talvez se saiba, sentem esta vitória como o nascimento de um filho só que de forma mais ruidosa.
Continuemos amordaçados. Os morcegos aproximam-se.
Para trás os pensamentos de uma praia deserta com ondas de meio metro e aquele cheiro a… mar; escutemos o seu som.
Naquele rádio velho ouve-se um discurso demagógico mas empolgante de um deputado cheio de vigor. A sua bancada levanta-se e aplaude entusiasticamente. Os restantes pensam como sair vencedores da discussão.
O chefe exclama: “Os morcegos estão quase a chegar!”
Já não consigo ouvir os papagaios. Pedi tantas vezes aos seus donos para os domesticarem; em vão. O seu discurso afugentou a minha companhia.
Fiquei sozinho.
E cá estão os morcegos.

2 Comments:

At 7:50 da tarde, Blogger impulsitem said...

another one zero cego

 
At 7:00 da tarde, Blogger D said...

ai estas metáforas....

 

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