versos para o mundo II
jogos de azar
o desejo de abrir uma altura pretérita
em forma de destino por embrulhar.
salivando, o mar
fuma pelos paralelos
numa desinência passiva.
na areia, uma mortalha
cai por entre os dedos
com sedutora diplomacia.
ao derreter uma rocha,
simulava estar encostado
a uma paragem de autocarro.
só uma parede deslizava
esbarrando a trajectória
do nosso livro livre.
queria tactear o teu casaco
e olhar de frente os gestos
que mostras a quem viaja.
às, de ver.
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