10.1.05

Revolução Hidráulica

Sobre a vontade escondida da maioria vive hoje e desde quase sempre a vontade da minoria com a sua força e poder subjugadores que em momentos de crise assumem-se como salvadores eternos sempre ao lado dos seus próximos. Dez mil pagam pela ganância de um, trinta mil pelo bem herdado, um mundo inteiro pela ignorância.
Hoje fui ao mercado e comprei dois quilos de carapau miúdo para o almoço. Pela simpatia e astúcia da vendedora paguei mais 50 cêntimos do que pagaria na banca seguinte. No mesmo momento uma multinacional aumenta a participação noutra empresa de capitais elevados. Num acto de loucura irreflectida compram por mais 50 milhões do que deviam. Como consequência 3561 trabalhadores de uma fábrica nos arredores de uma grande metrópole são despedidos e perdem o sustento principal de uma família de muitos elementos pouco instruídos e com horizontes muito estreitos. Seguem o mestre do dinheiro pois só nele encontram a solução dos seus problemas. No meio de tal agonia um grupo de não mais que quatro grandes accionistas discutem num restaurante de outro grande magnata os seus futuros investimentos enquanto tomam uma composta refeição bem regada pelo melhor e mais caro vinho da região. Para o bem de 4, 3561 e mais 564032 sofrem silenciosamente.
A tirania da minoria pela maioria. E a maioria aplaude na hipnose social a que estão sujeitos. Só com a união da maioria a civilização avança, não esquecendo a minoria com direito a integrar a cooperação da maioria hoje subjugada.
Educando, ensinando, instruindo meio povo e mais meio menos um resto a força da Humanidade será enorme e deixará de percorrer um caminho cíclico com o da água.


para o camarada Simão Eloi pela simpatia com que fala deste blog e contribuição para o aumento diário de leitores