Mein Herz schwimmt im Blut
I
Se no coração se me dilatam as aurículas
Se me oprimem os ventrículos
Se o sangue me banha os membros.
II
Se na língua sinto pulsação
É porque o sangue de dentro me fala.
III
Se quebro articulações e se formam coágulos
Então o sangue se acumula
E o meu coração nele nada.
IV
Mas se pelos ouvidos me lançam palavras afiadas
Como pedras fora da mão,
E me ferem o cérebro e a mente.
V
Então aí, por dentro de Mim,
Chove, e o meu coração, solto, nada.
VI
E se nada o meu coração
No sangue se afoga, lentamente,
E se afunda.
VII
E dos náufragos, sobreviventes não restam.
E dos destroços nada se salva.
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Dedicado a R.-M. Rilke.
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