26.2.09

26/02/09

Recupero lentamente de um momento de abstracção
Não dou comigo inteiro, perdi a mão
Um naco de carne inútil, no chão
Já não pega, agarra, prende, esta mão.

Ainda que decepada me dói ainda
Todo o potencial digital desperdiçado
Tenho menos apêndices para ordenar
Mas a minha vontade é ainda maior.

As nossas mãos estão bem longe de nós
São as primeiras a tocar
São as últimas a largar
Mas eu perdi a mão, já não sou gente como os outros.

O que posso eu fazer com uma mão só
Quem me dera ter uma sobresselente
Já só me resta mais uma mão,
Que ainda por cima não está por aí além estimada.