28.8.05

Calçada de Carriche

Luísa sobe,

sobe a calçada,

sobe e não pode

que vai cansada.

Sobe, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe

sobe a calçada.

Saiu de casa

de madrugada;

regressa a casa

é já noite fechada.

Na mão grosseira,

de pele queimada,

leva a lancheira

desengonçada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Luísa é nova,

desenxovalhada,

tem perna gorda,

bem torneada.

Ferve-lhe o sangue

de afogueada;

saltam-lhe os peitos

na caminhada.

Anda, Luísa.

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Passam magalas,

rapaziada,

palpam-lhe as coxas

não dá por nada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Chegou a casa

não disse nada.

Pegou na filha,

deu-lhe a mamada;

bebeu a sopa

numa golada;

lavou a loiça,

varreu a escada;

deu jeito à casa

desarranjada;

coseu a roupa

já remendada;

despiu-se à pressa,

desinteressada;

caiu na cama

de uma assentada;

chegou o homem,

viu-a deitada;

serviu-se dela,

não deu por nada.

Anda, Luísa.

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Na manhã débil,

sem alvorada,

salta da cama,

desembestada;

puxa da filha,

dá-lhe a mamada;

veste-se à pressa,

desengonçada;

anda, ciranda,

desaustinada;

range o soalho

a cada passada,

salta para a rua,

corre açodada,

galga o passeio,

desce o passeio,

desce a calçada,

chega à oficina

à hora marcada,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga;

toca a sineta

na hora aprazada,

corre à cantina,

volta à toada,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga,

puxa que puxa,

larga que larga.

Regressa a casa

é já noite fechada.

Luísa arqueja

pela calçada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada,

sobe que sobe,

sobe a calçada,

sobe que sobe,

sobe a calçada.

Anda, Luísa,

Luísa, sobe,

sobe que sobe,

sobe a calçada.


António Gedeão (1906-1997)

A(s) Coreia(s)

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As duas Coreias

Depois de estar com familiares que já não se via há mais de 50 anos, ser obrigado a partir deixa apenas as lágrimas. Cerca de 150 sul coreanos rumaram sexta-feira à Coreia do Norte para, na Montanha Diamante, participarem no 11º Encontro de Famílias Separadas pela cisão das duas Coreias. Hoje é dia de regressar a casa e nos olhos dos sul coreanos resta apenas a prova da sua tristeza por deixar novamente caras que já não viam há mais de meio século. (Foto: AP)

www.publico.pt

22.8.05

O Aeroporto da Ota merece mais?

" O recurso a água do mar para abastecer populações e regar culturas está publicamente fora de causa. Se algum investidor privado quiser entrar nessa aventura, o Governo não se opõe. Mas tanto o ministro do Ambiente, Nunes Correia, como o presidente da "holding" Águas de Portugal, Pedro Serra, colocam uma pedra sobre o assunto. "Está absolutamente fora de questão", enfatiza o gabinete governamental. Uma das razões para a rejeição reside nos custos incomportáveis da solução."

in JN


Depois vêm as palmadinhas nas costas, os subsídios prometidos (e não cumpridos) e a cara de enterro forçada dos nossos governantes.

21.8.05

Portugal 21/08/2005

O céu está preto e um cheiro asfixiante entra-me pela janela. Mudo de canal depois de ter sabido que “as chamas ameaçaram as habitações” e que o “cenário está dantesco”. Após várias tentativas lá chego a um assunto diferente, “o balanço da operação deste fim de semana contabilizou 4 mortos, 34 feridos graves e 627 feridos ligeiros”. Vá lá, menos 3 feridos ligeiros que no mesmo fim de semana do ano passado, vamos no bom caminho! Folheio o jornal. Afinal parece que a economia só recupera lá para 2010... será que há 10, 15 anos não havia economistas que conseguissem prever que isto ia acontecer? Volto a ligar a televisão e tenho uma sensação de déjà-vu. A diferença é que desta vez o repórter consegue estar ainda mais perto das chamas e o nome da terra é outro. O que vale é que vamos aprendendo geografia com esta coisa dos incêndios. E afinal Portugal não é assim tão pequeno como diziam, senão já tinha ardido tudo.
Peço desculpa, alguém me consegue dizer como é que conseguimos ser maus em tanta coisa? De vez em quando lá vem mais um ranking nos jornais... estamos outra vez no top! Razões culturais, genéticas, históricas...? Mesmo assim como é que consegue abranger tantas áreas diferentes?!? Até no consumo de água por pessoa conseguimos ser dos piores do mundo inteiro!!!
O negro do céu é interrompido por um laranja ardente. O fogo está perto. Como é que há tanta gente para provocar incêndios? Seja por interesses económicos, por vingança, por gozo ou por qualquer outra razão... é preciso ser-se muito maldoso para se fazer uma coisa destas! Ou será que existem assim tantos dementes e psicopatas...?
Só não percebo porque é que o Sócrates foi para África fazer um safari... haverá melhor selva que esta?

14.8.05

que te sobe o sangue à cabeça

pensa lá

PUSH

13.8.05

Supertaça (autojogo)

Benfica -
21:00
rtp1

Novidade (de novo... hum, pois)

reinaldo

Vejam tantos amiguinhos

merecia

espantado, constato que o manuel cambra já não é deputado à assembleia da república. incrédulo, confirmo. com pesar, portanto, lhe rendo esta homenagem à qual o próprio não se absteve. ei-lo em discurso directo



olha, estou com cara de quem foi apanhado nu a apunhalar um porco! [antiga] ou de quem não tem miolos por trás do olhar psicótico.








aqui estou eu na minha banda blues. ou no funeral do porco. faux pas! [é chique, é francês.] juro que não!



é tudo!

cacto áspero

seca em portugal




gosto de assobiar a 'maria albertina'






teeeeeeenho brincosdeouroeumapermanente

destino das almas

salto com cardona? y'know, for olde times' saketh.

salto com vara.

não confundir com a pesca de salto e vara.
assistir a campeonatos da IAAF. rememberanceful.
mudando de assunto, presenciar a invenção dos desportos deveria ser delicioso, 'saltar? giro era fazer isto com uma vara!'. claro que os problemas vieram depois.

a pista deve medir no mínimo 45 (quarenta e cinco metros), ao fim da qual se acha enterrada ao nível do piso uma caixa de apoio com 1 (um) metro de comprimento, 60 (sessenta) centímetros de largura no início e apenas 15 (quinze) junto ao obstáculo. caixa essa feita de madeira ou metal, enquanto o obstáculo é compreendido de dois suportes verticais e uma barra horizontal - ou sarrafo - de secção triangular, com 3 (três) milímetros de lado, mas com 3,86 (ya) a 4,52 (isso) metros de comprimento e 2,260 (pois) quilogramas de peso máximo. como na prova de salto em altura, após o obstáculo coloca-se o port-à-pit, com 1 (UM!) metro de altura e 5 (mil. estão atentos ou quê? R: Q. ha-ha.) de lado, para amortecer a queda do saltador.
sim, viva o copypaste, caso queiram saber mais, agradecimentos ao brasileiro.

a césar

toca violino muito bem?

12.8.05

A escolha dos iluminados

Bem vindos de novo a leituras de escritas minhas.
Poderia começar a falar do que toda a gente inicia mas não acaba por ignorância.
“É uma vergonha estes incêndios. A culpa é, é do Go… daqueles patifes que pegam fogo.”
Comunicação sem fios.
Comecemos então porque algo que nos apoquenta no Verão. Escolhemos peixes-aranha ou alforrecas?
Couves de Bruxelas em molho de coentros picante. Uma boa receita de Verão.

Capacidade de destabilização, confusão mental, bloqueio de pensamento.

Havia um carro em Picadilly Circus. Terroristas por certo. Evacue-se!
Morreu o papa.

Agressividade latente

Dói a cabeça, dos pés ao pescoço.
Dormência de atitude. Espiral voadora numa espécie de fantasma de língua portuguesa orientado para o mercado interno e externo numa vertente luso-brasileira. Neste momento ninguém está a ler isto. Ah tu leste. Não negues, sentiste-te atraído por esta genialidade que nunca alcançarás. É impossível meu amor, volta para a tua nulidade habitual (reduzida!).

Agressivo

11.8.05

Na hora

do Pinto da Costa se reformar.

9.8.05

ergo o quê

desde sempre mal se percebe o que resta depois de pensar. acabo de pensar qualquer coisa, é como escolher despedir-me sem ter feito o que queria. também páro de o fazer com verdade se reparo que penso. já penso pouco, como parecem os meus olhos?
derradeiro medo é das possibilidades (por tentar), de podendo, não olhar se a isso resumo a minha vida, de cansar de ser o que queria e amar o bb.

4 (sometimes when you are far you send a) postcard of a painting

!se alguém parece o topo giggio...

my room 101

mau direccionamento
repetição
incomunicabilidade
incompreensão afinal

keep it in perspective

relembrar o livro no filme e ver que a própria vida aqui e ali não foi bem assim

3 with my own two hands (i believe in a better way)

gamar muesli
subtrair paté
brecar palitos
orientar um(a) es-fregão/ponja
palmar uns suminhos

2 not an addict

lavei os tomates no chuveiro.
(e tu, já fost'op'rad'ós tomates?)

1 tribulations

estou bronzeado. que bronze. hei-de chegar ao ouro. ha-ha.