30.7.05

que pena é incrível mas ninguém sabe ainda

27.7.05

não tenhas medo 6 (sex)

retoma do que poderia ter sido
é pela manhã da frescura sem poeira que sem ter de esperar por ninguém se declara, declara tudo o que é e sobe. sempre observou ter tempo suficiente até se embrenhar em tarefas que qualificaremos de.
não que o cinzento seja feio, nem sei se depressivo. a falta de luz natural é mesmo nefasta, claro, porque o abrigamos na cabeça. mas nem tanto o cinzento, nem pouco mais ou menos penumbra
agora basta-me, que desolação.
é feliz se nenhum desconhecido encontrar. nem sempre que encontra desconhecidos fica feliz.
quando dá conta deles e em caso de infelicidade, não quer estar nas rectas reais das retinas até ao infinito é que vemos.
só podemos imaginar como foi verem desaparecer a iluminação com a sua abalada, mas naquela situação não lhes pertencia.
disse Até já, com um sorriso nos lábios, o cabrão duma figa.

e Luzão

está tudo de férias
e ninguém ouve o que eu ouço agora

ntm 5, altamente irregular e imprevisto

antes sonhara já um espaço revestido a tijoleira, mesmo os bancos que aquelas paredes são, antes de chegar ao túnel com redes em volta e nocturno, vêem-se candeeiros acesos. esses candeeiros que imaginam não são iguais aos que ele sonhou.
ele sonhou um prédio onde encontrou portas deixadas abertas. entrou e procurou o que não conhecia, estava declarado o estado de emergência.
na realidade, evita e é evitado pelos vizinhos, deve ser comunista.
delirante, já não consulta as estatísticas. deixa de se saber quem é ele, alguém se sente superior? alguém, espreitador com a cabeça encavalitada exposta mas retirada em precisa escuta com atenção despacha-se a apanhar o elevador mas a porta não oferece a almejada rapidez para as escadas cooperantes as escadas se mora no primeiro, ou mora no sexto mas quer esconder os sapatos.
quando sucede, ambivalente, constrangimento da criatividade e esta forma de aproveitar o lixo No elevador descendente somos todos para o outro desprendimento a grafite o ganha espaço depois de fechado até come a laranja encosta ao corrimão
'que merda.'

26.7.05

piada sobre o dia

bop bop dow dow dow dow dow
vou e venho
volto com substância

23.7.05

tão pouco, e tanto para contar

19.7.05

não polua(s, jovem)!

17.7.05

Casartelli 10 anos

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mutismo II

tive sonhos perfeitos

mutismo I

só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria só queria

14.7.05

não tenhas medo 4, o derramamento

daqui a muitos anos, gerar-se-á a confusão em que a ordem deste post na sucessão será confundida, posta em causa pela opinião pública e finalmente incluída na ordem de trabalhos da assembleia geral das nações unidas, que pelas proporções alarmantes atingidas resolverá obliterar-me definitivamente. tranquilizante.
uns conhecerão este texto por '4' ao passo que outros por 'derramamento', estes julgá-lo-ão um outsider, aqueles ignorarão a atribuição dum subtítulo.
mesmo quem recorde o título integral di-lo-á a medo e nunca em presença de mais de três pessoas, tal como não convém proferir imprecisões perante mui estimadas personalidades de grã sapiência.
se jamais terá existido o algarismo quatro, árabe ou seria romano, acabado em detrimento de vidas a findar na dúvida dum salto sem explicação à sombra da bananeira
ou se apelidarão de quarto o post que em breve chegará ao
rendezvous finlandês-na-verdade-australiano nunca famoso, o quinto,
não saberei,

pergunto a al berto como é a respiração fresca. como?

pergunto a herberto helder se demora muito a serenidade. como? como?
pergunto a meu outro como partilhar a saudade de partilhar, como é viver pelos outros, como vai a eternidade ter a certeza de ficar estante desde que foi pensada, adormeço subitamente, prolongadamente.

13.7.05

sêseja firme e resoluto no(s) querer(es)

que pouca sorte! pela altura, até agora por apurar, em que decidiram, como a sensação se lhes extinguiu, que Afinal não, estatelavam-se já muito bem!, as entranhas dispersas pelo que aparenta ser um raio de setenta metros. lição para a vida!

11.7.05

não tenhas medo III

à parte I I I falta andar num transatlântico. temos, porém, a satisfação de saber que, por cima dos agregados visíveis de gotículas de água ou cristais de gelo suspensos no ar, faz sempre sol mesmo quando precipita orografica, frontal, convergente ou convectivamente no nosso bairro.
não fora de todo previsto, pelo que se aceita que o desenrolar deste capítulo da trama ter tido um preâmbulo idealmente relacionado seja motivo para tamanha felicidade.
com rapidez se perceba porquê. ora, marchava ele sem poder saber o que pensam os humanos que avista ainda ao longe a ponto de os não distinguir das paredes que os deslocam, dos assentos que os dispoem. não pode saber mas sabe, vislumbra as inevitabilidades que eles erigiram nas suas próprias células e sabe. retire-se-lhe, contudo, o crédito de saber que possui esse conhecimento. é como se irrelevante, uma vez que ele não observa ninguém.
tem tarefas a riscar da lista de afazeres e dirige-se naquele sentido. até então estava afastado da próxima meta, onde a abóbada celeste coberta de nuvens sugere uma sucessão de estados de tempo invernosos. aproximou-se do destino imediato. a estrela solar dava mostras de querer romper a quase sombra. assim foi. registe-se que dele é o mérito. acredita-se que sim, ao vê-lo espalhar magia: cada passo ordenava que alastrasse o rasgo de sol no céu e irradiasse calor e cada vez mais e mais luz. lembro que dele foi o merecimento, pois, sem a mais leve aparência de suspeita, concentrou, nos espaços que ocupou enquanto passava, o foco principal da claridade emitida. era consensual entre as gentes.
pensando no que lhe reservaria a parte IV, só quando partiu para de onde viera deixou atrás de si o tempo encoberto.

10.7.05

O Justiceiro

Mas, mas, e as declarações bombásticas?
... hum... ele ainda as vai dizer.
Força presidente! Vamos a eles!
Oh, não disse.

7.7.05

não tenhas medo II [ler 'parte segunda' (obs: da irresistível parte primeira, indispensável ao homem contemporâneo, publicada anteontem)]

não satisfeito, prosseguiu ele para que aqui se dê conta do sucedido, pese embora ter este episódio precedido o já conhecido relato.
tinha picado o ponto, auxiliado. não sabemos porquê. nem isto nem aquilo. foi, tenha sido outra pessoa, outra vez auxílio NÃO. o que acabou de se escrever não interessa. mais ainda, não aconteceu portanto
unicamente, a grandeza de não ter medo nos torna iguais, é de parar e pensar. sem deslumbramento, por favor, me peço agora. peço-nos que pensemos se continuamos igualmente diferentes, com semelhante nível de proximidade, seremos no futuro outra organização?
o que com efeito teve lugar foi a terceira parte.

5.7.05

light emitting diodes

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preposterous























não tenhas medo I

Com: Ele, indeciso e oprimido

a todo o vapor, todo o seu corpo andava, os passos, nem curtos nem largos, faziam movimentar a totalidade das pernas, saltitante q.b., nem rápido nem lento, tronco e membros anteriores embalam com gosto, exsudava vida a ser experienciada. todo o seu corpo andava quando começa o despique com o semáforo.
não o chegou a ser porque estava num daqueles dias, ou horas, em que se leva a melhor a tudo e se é campeão do mundo sem sequer se esforçar. sem receber nem ponta de incómodo, recompensa da verdade.
olhou o espectante homem vermelho, não disse para si próprio Não existes, porque homens os há que olham para trás, para a frente mas ainda por cima vermelhos é pedir à imagem mais do que pode dar a palavra, disse sim Aproxima-se uma passagem para peões cujo tráfego adjacente é regulado duma certa forma e feitio. entre parêntesis, ele lá terá sabido o que pensou, eléctrico e magistral.
Vou caminhar pelo passeio restante. Vou sobrevoar o lancil. É um desnível pronunciado. Mas podia não ser, já me não foi quando isto já me aconteceu. Sobrevoá-lo como se nada fosse. Sobrevoá-lo assinalando-o. na verdade não chegou a pensar estas últimas duas últimas proposições,
ele é campeão do mundo, lembram-se?
pouco importa se será de acertar passo ou qual piso indiferenciado. não chegou a interpelar o portador de sinais, ofereceu-se ao semáforo que o deixou atravessar, sem mais. diz quem viu que não teve que abrandar a marcha, e isso, meus amigos, é o que se quer. também é estiloso.
veni, vidi, vinci, pretérito perfeito, pois sim, ha-ha, nesse dia não pôde deixar de chorar.

4.7.05

O Protagonista III e IV

III

4 anos antes.

Era um dia de chuva. Helena acabara de se levantar da sua cama no primeiro andar e, arrastando-se em camisa de noite até à janela, senta-se na parte de dentro do parapeito, ainda meio ensonada. A chuva atravessava as árvores e batia grossa na janela, escorrendo pelo vidro. Helena olhava para o passeio em frente de sua casa. Era bastante cedo, umas seis da manhã, numa primavera ainda fria. Lá fora passavam os trabalhadores a caminho do terminal para apanharem o intersuburbano, enquanto alguns casais de velhotes passeavam os cães e as crianças corriam para a escola. De repente, sente uma coisa peluda a roçar-lhe o braço! Vira-se depressa e encontra a Pantufa, uma gatinha bebé que tinha encontrado na rua há umas semanas atrás. Estava muito esfomeada e mal tratada, mas agora saltava já animada, e comia sempre muito! Helena pega nela, faz-lhe algumas festas e pousa-a no parapeito, enquanto se levanta e desce para a cozinha. Prepara um café, enche a malga de comida da Pantufa e ataca uma maçã bem fresca que tinha apanhado ontem da árvore do descampado ao fundo da rua. Depois toma um chuveiro rápido, veste-se e sai.
Ainda estava frio na rua, mas a chuva cessara, com apenas algumas gotas caindo dos telhados e dos topos das árvores, que começavam a florescer. Andou devagar, a apreciar a brisa matinal que lhe enchia os pulmões de ar fresco, ajudando-a finalmente a acordar. Os carros começavam a ocupar as ruas, avançando agressivamente para a cidade, mas Helena caminhava na direcção oposta. Estava a apenas duas casas do seu destino. Os sinais de chuva tinham já desaparecido, e o sol começava a erguer-se, cegando-a com a sua luminosidade intensa. Mas não importava, tinha chegado. Bate à porta. Passado meio minuto abre-lha o Protagonista.



IV

O Protagonista dormia. Felizmente encontrara um lugar para passar a noite, num alojamento livre para sem-abrigo perto do parque onde tinha estado há umas horas. Parecia estranho mas só depois de voltar da festa, é que ficara a conhecer o nome da cidade. Churaca. Alojamentos Churaca.
O dormitório não estava cheio. Na verdade, para além dele, apenas mais três homens, barbudos e bastante mal cheirosos, tinham aparecido. Era um velho armazém com alguns colchões no chão e umas mantas por cima. Não era muito, mas era de graça. Quando o Protagonista entrou, dois dos velhos jogavam às cartas à luz de uma vela, enquanto o outro dormia ruidosamente sobre um dos colchões. O Protagonista escolheu um que lhe parecesse não estar ainda muito carcomido e instalou-se. Passado umas horas, o sol voltava a entrar pelas vidraças do antigo armazém. Era de dia.
Ainda não tinha pensado no que fazer. Decide que por agora devia aproveitar a manhã e sair, ver mais da cidade. Ao sair dos alojamentos repara que os vestígios da festa de ontem à noite ainda estavam presentes. Muitas fitas e lixo no chão, com alguns homens varrendo as ruas mas ainda muito longe de o acabarem. Algumas pessoas de pernas inseguras seguiam em direcção a casa, e as bancas de bijuterias, comes e bebes estavam ainda a ser arrumadas por pessoas bocejantes. Decide ir passear à beira mar de Churaca. O sol já tinha nascido, era certo, mas estava ainda deitado no horizonte sobre a água, muito cristalina e dourada. Alguns pescadores voltavam já do mar, com redes cheias de peixe miúdo, e começavam a secá-los na praia, ao calor da manhã. O Protagonista, que ainda não tinha comido nada, dirige-se então a um dos pescadores. Pergunta-lhe que tipo de peixes tinha, e compra um por 10 escudos, sentando-se na areia a saboreá-lo, um magnífico peixe seco.
Estava já a chupar-lhe a carcaça, quando vê do outro lado da rua um rapazinho a distribuir jornais. Vai buscar um, e desfolha-o enquanto continua a sua caminhada. O Clarín de Churaca (assim se chamava o pasquim) parecia ser um jornaleco bastante decente, com uma boa quantidade de notícias da terra e algumas sobre a situação, sempre instável, de San Domingo. Estava a chegar à última página quando repara num anúncio: “Procura-se jornalista, paga-se”. Habituado a estes golpes de sorte, lá segue o Protagonista rumo à redacção do Clarín.

-/-

Após ter parado cerca de quatro vezes para pedir direcções, lá encontrou a redacção do Clarín de Churaca. Era uma rua bem apertada na zona oeste da cidade, bem longe da beira-rio. O prédio era velho e mal tratado, com janelas curtas de vidros embaciados. Toca calmamente à campainha. Abre-lhe a porta uma mulher de meia-idade, de cigarro fumegante na mão, e uma expressão algo sombria estampada na face. O seu traço mais notável era no entanto a pala negra que lhe cobria o olho direito, com um troço de uma cicatriz ainda visível. O Protagonista apresenta-se: “Olá, vim por causa do anúncio, no jornal…” … A mulher olha-o de alto a baixo com o seu olhar frio e meio-morto… “Sobe.”

influenciado

mais que poder contar com mais que compreensão
não paira a dolorosa atmosfera do sorriso fácil

[entre outros aspectos (ou seja, continua - talvez)]

3.7.05

Distância

Viverá
Hoje e amanhã
Será
Uma nova era.

Longe e perto
Por perto
Alegria.

Nobre cidade invicta, Póvoa dos pescadores, Coimbra académica, Grémio lisbonense, Velha Gaia vila nova, praia da Ericeira, Bom Jesus bracarense, São Mateus de Viseu, Torres Novas e velhas, Viana marítima de Leixões em Pax Julia.

Ali, aqui,
Portucale imenso
Julgai vós pelos outros
Que eu beberei da nossa fonte.